O suicídio é uma das principais causas de morte em todo planeta – uma em cada 100
Setembro é o mês em que começa a primavera, mas é também (ou principalmente) a principal época para a conscientização de prevenção ao suicídio. Trata-se da campanha “Setembro Amarelo”. A Cohah aproveita para ressaltar a importância dessa ação. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio é uma das principais causas de morte em todo planeta – uma em cada 100.
Essa triste estatística vai ao encontro da necessidade de nos mobilizarmos, cada vez mais, pela prevenção de mortes tão precoces, de modo a evitar o suicídio de pessoas próximas ou não. Mais triste, no entanto, é que ainda existem tabus e preconceitos que insistem em atrapalhar uma luta tão importante. Mas vamos quebrar barreiras!
O suicídio, tema deste post e do Setembro Amarelo, é um assunto denso, já que ninguém o comete por um único motivo. No entanto, a prevenção é possível e diversas ações podem ser desenvolvidas. Normalmente, as possíveis vítimas sofrem de algum transtorno psiquiátrico. Por isso, é preciso dar atenção a quem pode estar precisando de ajuda, independentemente da idade.
Setembro Amarelo
A campanha de prevenção ao suicídio começou aqui no Brasil em 2014, enfatizada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). O dia “oficial” para destacar o tema é 10 de setembro, em todo o mundo, mas os alertas contra o suicídio podem ser emitidos o ano todo, muito além do nono mês somente.
De acordo com as duas entidades, o Brasil registra cerca de 12 mil suicídios por ano, ao passo que o mundo computa cerca de 1 milhão. Essa triste realidade ainda revela que o suicídio mata mais pessoas do que doenças graves como o HIV e o câncer. Estas são algumas das razões mais comuns:
1º lugar: depressão
2º lugar: transtorno de bipolaridade
3º lugar: traumas por abusos sexuais
4º lugar: uso de substâncias tóxicas
A história da data
Você conhece a história do jovem que deu origem ao Setembro Amarelo? Preste atenção nesse caso e entenda a seriedade da campanha e sua importância mundial. Estamos falando de Mike Emme, um jovem norte-americano que, aos 17 anos, cometeu suicídio, cuja morte chocou uma comunidade e alertou o mundo todo sobre a necessidade de estar atento às dores do próximo.
O ano era 1994 e, um pouco antes de tirar a própria vida, Mike havia restaurado seu automóvel Mustang 1968 – atividade que em seu tempo serviu de escape para os momentos de ansiedade, dor e depressão. O jovem pintou o carro de amarelo, por isso a cor escolhida para a campanha do mês de setembro. No entanto, Mike sofria em segredo de sérios problemas psicológicos, algo que ninguém à sua volta percebia. Por isso sua morte não pôde ser evitada.
Durante o velório do garoto, seus amigos e familiares distribuíram cartões decorados com uma fita amarela e uma mensagem: “se precisar, peça ajuda”. Tal iniciativa serviu como alicerce para o movimento que conhecemos hoje como Setembro Amarelo, tão essencial na prevenção ao suicídio.
Prevenção ao suicídio
O Setembro Amarelo tem como principal objetivo quebrar os tabus e preconceitos em torno do assunto suicídio. As barreiras devem ser derrubadas, de modo que venhamos a perceber quem está precisando de ajuda. A campanha informa, para que possamos notar possíveis sinais em quem enfrenta problemas mentais, traumas quase que irreparáveis e dependência de substâncias tóxicas.
O diálogo é uma das melhores formas de entender e ajudar quem passa por situações ruins capazes de levar ao suicídio. Coloque-se à disposição de quem possa estar precisando, mas não espere um pedido de ajuda. Sua atenção pode salvar uma vida.
Você pode ajudar alguém que enfrenta algum transtorno como depressão, bipolaridade, dependência química, esquizofrenia, TOC ou outros, aconselhando a pessoa a procurar um psiquiatra. O tratamento é essencial e está entre os principais fatores de proteção contra o suicídio. Não negue essa simples ajuda!
Fique atento aos sinais, entre eles, os comentários que possam demonstrar o desespero da pessoa e sua desesperança. Não existe uma regra, mas algumas expressões são alertas, tais como “não queria ter nascido” e “queria estar em outro planeta”. Pessoas com pensamentos suicidas normalmente têm esse tipo de ideação.
Quando as pessoas próximas a nós passam por eventos dolorosos, tornam-se suscetíveis a doenças como depressão e ansiedade e podem obter a ideia do suicídio. Seja solidário em momentos difíceis como divórcio, a perda de um ente querido, desemprego, falência, diagnóstico de uma doença grave etc. Tudo isso é motivo para oferecer socorro a alguém.
Tente perceber também se o indivíduo passou a ter um comportamento diferente, cujas ações podem sugerir ideias suicidas. Os indícios podem ser: mensagens de despedidas, cartazes melancólicos, a elaboração de testamentos, doações generosas sem qualquer planejamento ou motivo.
Jovens precisam de atenção
Mais do que nunca, é necessário prestar atenção em jovens e adolescentes. Um mundo tão cheio de informações desencontradas pode gerar gatilhos e possíveis doenças mentais que levam ao suicídio. Não ignore os sinais. Por exemplo, um baixo desempenho escolar pode significar que o jovem vem sofrendo ou sofreu algum abuso físico, psicológico ou sexual, além de maus tratos. O isolamento também é um grande indício de que pode haver algum problema. Fique atento.
Ofereça ajuda, você pode salvar alguém!