Entenda o que é TDC e peça ajuda se for o seu caso!
Ter o “corpo perfeito” é um sonho para muitas pessoas que, em busca da adequação aos padrões impostos pela mídia, redes sociais e sociedade em geral, acabam colocando a saúde em risco. Muita gente passa horas e horas se preocupando com um suposto defeito no corpo, o qual pode estar em qualquer parte.
Recentemente, o assunto voltou à tona porque, ao que tudo indica, os corpos super magros, tendência da moda no começo dos anos 2000, deve ficar em alta nos próximos meses. Isso só acentua o problema do Transtorno Dismórfico Corporal. E, por isso, precisamos falar sobre o assunto.
Muitas pessoas, especialmente mulheres, experimentam procedimentos estéticos (até arriscados) ou se exercitam em excesso para atingir esse padrão (que, aliás, é inalcançável). Chegam a examinar a aparência o tempo todo no espelho e a compará-la com a dos outros. Se você se identifica com tais situações, ou conhece alguém com esse comportamento, fica o alerta: pode estar enfrentando um problema chamado Transtorno Dismórfico Corporal (TDC), que leva uma pessoa a achar que a aparência é mais importante do que a própria saúde.
TDC
Normalmente, os médicos psiquiatras diagnosticam o TDC quando a preocupação com a aparência causa angústia significativa e/ou interfere na capacidade funcional da pessoa. O transtorno prejudica também a vida social. O indivíduo tende a se esconder do outros por achar que há problemas em sua aparência. É importante saber que o TDC tem tratamento e deve ser identificado o quanto antes, para diminuir o sofrimento de quem passa pelo problema.
Toda pessoa com esse tipo de transtorno acredita que tem uma ou mais imperfeições na aparência física. Ou seja, ela cria esses defeitos e, com isso, realiza diversas atividades repetidamente para tentar corrigi-los. O que acontece é que a vítima do TDC tende a se olhar diversas vezes no espelho e a se arrumar excessivamente, comparando-se com artistas, influenciadores, celebridades etc. Ela está tão preocupada em chegar à perfeição, que não enxerga mais a sua beleza natural e não se importa em arriscar a saúde.
É comum que o transtorno comece durante a adolescência e, principalmente, nas mulheres, portanto, é preciso que professores, pais, mães e responsáveis estejam atentos.
Sintomas
Os sintomas do Transtorno Dismórfico Corporal aparecem de maneira gradativa, na maioria das vezes, mas podem também se apresentar subitamente. Podem ainda variar na intensidade e piorar, caso a pessoa não se submeta a um tratamento.
Os principais motivos de preocupação da pessoa com TDC são rosto e cabeça, embora a ansiedade, normalmente, faça-a prestar atenção em as outras partes do corpo. Supostos defeitos tendem a “surgir”, entre eles, rugas, queda de cabelo, acne, cicatrizes, cor da pele, manchas e pelos.
Além do rosto e da cabeça, a pessoa portadora de TDC pode sofrer por conta da forma ou tamanho de algumas partes do corpo, como nariz, olhos, orelhas, boca, seios, pernas, nádegas, barriga, ombros e pescoço. No caso dos homens, muitos acabam se sentindo fracos e pequenos em relação ao que desejariam ser, mesmo tendo um tamanho ideal para o seu biotipo e até mesmo uma massa atlética. Dessa forma, tentam obsessivamente aumentar o peso e massa muscular, com exercícios e o uso de anabolizantes. Um médico atento poderá diagnosticar o transtorno dismórfico corporal, com especificidade em dismorfia muscular.
Autocrítica
A pessoa com TDC tende a descrever o corpo, frisando as partes que considera “horríveis, pouco atraentes, deformadas, medonhas ou monstruosas”. Ela nunca se elogia nem se enxerga dentro da normalidade. Com isso, acaba perdendo o convívio social, o emprego, os estudos e as atividades cotidianas. A pessoa sente-se sempre preocupada com o olhar dos outros. O TDC leva a pessoa a inspecionar-se o tempo todo, o que suga a sua qualidade de vida e saúde mental.
Por encontrar diversos defeitos no corpo, a pessoa com TDC vive se arrumando e chega a cutucar a própria pele para remover supostos defeitos. Muda de roupa a todo momento e usa produtos e cosméticos de maneira exagerada para camuflar a aparência. Muitas delas procuram até mesmo tratamentos médicos dermatológicos para corrigir algo sem necessidade. Elas também se submetem também a procedimentos odontológicos caríssimos e desnecessários. Muitas vezes, inclusive, os próprios tratamentos levam a pessoa a enxergar novos defeitos e a se entregar a outras intervenções, colocando a própria vida em risco.
Diagnóstico de TDC
Para que o diagnóstico de TDC seja feito, a pessoa deve se consultar com um médico psiquiatra, que terá como base alguns critérios. São eles:
1. Preocupação excessiva com um ou mais defeitos do corpo, considerados normais pela maioria;
2. Medidas extremas e repetitivas, como olhar-se no espelho o tempo todo, arrumar-se de minuto em minuto e ficar se comparando aos demais;
3. Angústia ou sensação de incapacidade de funcionar normalmente em atividades do trabalho, estudos, com a família e amigos, pela extrema preocupação com a aparência.
TDC tem tratamento?
A boa notícia é que o Transtorno Dismórfico Corporal tem tratamento. Normalmente, os médicos prescrevem antidepressivos e terapias cognitivas-comportamentais. A primeira medida é indicada com foco específico nos sintomas. Já a segunda tem como objetivo reduzir as atividades repetitivas e que podem ser prejudiciais à saúde, como cutucar a pele ou arrancar chumaços de cabelo.
Uma vez detectado o problema ele deve ser tratado. Lembre-se:
A sua saúde vale muito!
Não há nada de errado com você!
Peça ajuda se perceber que o peso está muito grande para ser carregado sozinho!